AMOR SERPENTE...
Sei que esse corpo não me pertence,
Sei que a tua mente hoje me ignora,
Vive uma vida diferente de outrora,
Em amor triste, em bote de serpente.
As tuas presas são olhos reluzentes,
Paralisando na paixão que só explora,
Sorrateira que mal chega e vai embora,
Sugada alma de quem fica impotente.
Para cada vítima dessa caça incoerente,
Para cada dor que infligisse aos dolentes,
Os teus olhos venenosos terão a hora.
Que chorarás qual tuas caças na corrente,
Uma a uma verás passando a tua frente,
No amargo veneno da solidão que apavora.