Conversas com Narciso - I
Te admiro quando te vejo no espelho
No mesmo quarto, mas noutra dimensão
Aponto-te o dedo quando te dou um conselho
Mas nunca te aperto a mão
Que será de nós quando for velho?
Quando tiver ofusca visão
Se me doer muito o joelho
Vou cair, mas gritar Não!
Não! Não me ajoelho perante ninguém!
Muito menos perante a minha pessoa!
Ainda não sou um fracassado!
Não me olhes com desdém
Por muito velho que esteja
De ti, não estou cansado