ADVENTO
Os meus ouvidos moucos de velhice
Ainda ouvem a suave reticência
Das palavras gentis quando me disse:
“O amor além de fogo é paciência”.
De tudo que não vejo, se não visse
Em cada negação sua existência,
Na crença cega, espera, na crendice,
A fé reviveria a consciência
Que enfim virá no fim dos pesadelos,
Ao vento quente das tardes benditas,
Me cortará as unhas, os cabelos...
Me catará danosos parasitas,
E cantará a canção que me alimenta
O espírito, e demônios afugenta.