REBELDES MADRIGAIS

A tua indiferença vocifera,

fustiga o sonhador desiludido

que lança nas estrelas um gemido,

embebe o desconsolo na quimera.

Aquele seresteiro adormecido

do méleo sentimento se apodera

e enfeita a madrugada da sincera

ledice, refrigério de um ferido.

A luz da imensidade me atenua

as dores que fervilham na calçada,

refúgio de rebeldes madrigais.

Que o brilho preciosíssimo da lua

penetre na janela escancarada

e embale devaneios viscerais!