DESIMPORTANTE

DESIMPORTANTE

E eu, que não sei nada; não sou nada,

Vivi o amor estranho dos erráticos…

Não me ceguei a lábios quase apáticos,

Tampouco a esta afeição desencontrada.

Fui quem atravessou a madrugada

E divaguei entre as sombras dos lunáticos,

Ao aceitar minha miséria em termos práticos

N'alguma solidão enamorada!

Embora eu queira muito, tive pouco 

De quanto tive em paga dos carinhos,

Que tanto esperdicei por meus caminhos.

E mesmo que outra vez passe por louco,

Me fazes encarar a todo instante

Minha presença a ti desimportante…

Betim - 28 12 2020