Entre Nós
Nos cega, sagaz como uma serpente
E entre nós, sem qualquer suspeita, habita;
Nos consola de forma bem bonita,
Se a desgraça nos vence longamente.
Mas nos basta olhar no olho transparente,
Para nós vermos que este ser levita
Numa plumagem, de mágoas, invicta;
Que lágrimas derrama sorridente.
Na glória que nos cerca, o riso breve
Deste ser, quase a publicar se atreve,
Quanta repulsa e ódio traz consigo
E dentro de si, um fervor de pragas...
E se tu, sobre tal coisa me indagas,
É da inveja que falo, meu amigo.