Escombros
Meu coração tem múltiplas moradas,
templos vários, dos deuses, esquecidos!
As janelas e portas arruinadas;
nos altares, os santos carcomidos...
Pelos tetos, pinturas apagadas,
milagres decadentes, ressentidos.
Vestes rotas, outrora abrilhantadas,
nos belos tempos idos e vividos.
Com tremores de medo adentro, agora,
velhos umbrais da Catedral dos Sonhos,
onde, silente, o desconsolo mora.
De face aflita, pálido de espanto,
entre os escombros lúgubres, medonhos,
sucumbo, entregue ao mais sentido pranto.