Escombros

Meu coração tem múltiplas moradas,

templos vários, dos deuses, esquecidos!

As janelas e portas arruinadas;

nos altares, os santos carcomidos...

Pelos tetos, pinturas apagadas,

milagres decadentes, ressentidos.

Vestes rotas, outrora abrilhantadas,

nos belos tempos idos e vividos.

Com tremores de medo adentro, agora,

velhos umbrais da Catedral dos Sonhos,

onde, silente, o desconsolo mora.

De face aflita, pálido de espanto,

entre os escombros lúgubres, medonhos,

sucumbo, entregue ao mais sentido pranto.

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 09/01/2022
Reeditado em 01/03/2022
Código do texto: T7425153
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