Crime de Amor?
Num tilintar de taças sobre a mesa,
Ergue-se aos noivos um grande brindar;
O noivo ri forçado, uma tristeza
No rosto, como rosas vem pousar.
Matém as aparências com firmeza
Mas sonha com o amor, amar, casar...
Mas tem um fardo: a família é que pesa:
Há bem pouco dinheiro sobre o altar.
E tudo o que ele sonha é com Maria,
A sós numa cabana humilde e fria
Que ele aqueceria como um colosso...
Nisto, uma lágrima na sua taça
Cai, e ela, a taça toda se espedaça,
Perfurando-lhe a artéria do pescoço.