CEGUEIRA
Aquele que é cego de nascença,
Não tem a medida do seu castigo.
Em vão tento explicar, mas não consigo,
O quanto foi dura a sua sentença.
Dia ou noite, não faz diferença,
Na sua vida em constante perigo.
Só conta com o tato e com o ouvido,
Para encarar escuridão tão densa.
Sobre formas e cores, nada sabe.
Goza da vida o pouco que lhe cabe,
De todo resto nem sabe que existe.
Se chegasse um dia a imaginar
A visão azul do céu e do mar,
Certamente seria menos triste.