Ilicitude
O amor inédito, que desde cedo,
guardado vem comigo, imperecível,
a vida inteira o mais cruel segredo,
de tal querer, recôndito e impossível.
Amor fatal forjado em fundo medo,
na escuridão, fazendo-se invisível,
que revelá-lo é a senha do degredo,
da perda para sempre, irreversível.
O amor que unir pretende e mais desune,
não há vivente ao seu veneno imune,
ninguém que, dessa teia, escape ileso.
Amor estranho, que expressar não pude,
Silenciado desde a juventude,
No corpo e n’alma, para sempre, preso.