Ilicitude

O amor inédito, que desde cedo,

guardado vem comigo, imperecível,

a vida inteira o mais cruel segredo,

de tal querer, recôndito e impossível.

Amor fatal forjado em fundo medo,

na escuridão, fazendo-se invisível,

que revelá-lo é a senha do degredo,

da perda para sempre, irreversível.

O amor que unir pretende e mais desune,

não há vivente ao seu veneno imune,

ninguém que, dessa teia, escape ileso.

Amor estranho, que expressar não pude,

Silenciado desde a juventude,

No corpo e n’alma, para sempre, preso.

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 04/01/2022
Código do texto: T7421484
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