EXPURGA-ME
Expurgue-me do retraço,
De se remoer no tempo,
Das angústias que temo,
De virar tinta sem retrato.
Espectros de abraços,
Abraçam-me com o vento,
Da alma em gelo por dentro,
Sem linha, sem cor, sem traço.
Incline-a em maior sustento,
A dor por ato mais extenso,
De absorver todo o impacto.
Ou virá a deriva, o veneno,
Inoculante do amor extremo,
De onde nada sai intacto.