SONETO AO INCÊNDIO

 

“Incêndio: leão ruivo ensangüentado!”
Destruindo em sua fúria gigantesca
Várzeas, planícies, campos e cerrados...
Disseminando a dor pela floresta.

Quem te despertou de teu sono sossegado
- Verso soberbo de canção trovadoresca -
E te incitou a espalhar por estes prados
A maldição da morte insana, fria e lesta?

Quiseras mesmo era semear o amor
E nas lufadas do vento viajar
Polinizando a vida em cada flor!

Mas não o podes. E com angústia no olhar
Segues tua sina esparzindo o terror
Até que a chuva te abrande o pesar…

 

Gurupá, Pará, Brasil, 20 de fevereiro de 2010.
Composto por Léo Frederico de Las Vegas.
◄ Soneto Anterior | Próximo Soneto ►