SINGRANDO
Navegar é preciso, viver não é preciso.
Fernando Pessoa.
Até ali me fui eloquente em vaidade,
Pegadas ficaram, martirizadas,
Antônimas de paixão e bondade,
Presas na ilusão, escravizadas.
Compreendo que pouco de mim, é lúcido,
Empreendo nas mínimas vontades.
Busco espantado o sonho plácido,
Senhor irascível das eternidades.
Sou rifado na sorte que existe.
Finjo tatuada em mim a deriva,
Horizonte sombrio, quiça triste.
Inteiro fosse em cada partida...
Apontando assertivo, dedo em riste
A esmo - navegado - assim é a vida.