Soneto sem sentido
Não sei qual a razão deste soneto,
Sem tento, sem ternura e sem brio.
Sem senso, proteção e amuleto,
Sem fulgor, sem vestes e com frio.
Um dia, eu me garanto e me prometo,
Que vou me esquivar do desvairio.
E vou fazer um verso em branco e preto,
Porque, belas palavras, contrario.
Eu fiz este soneto sem sentido,
Pensando em construir literatura.
Me via ressupino, esbaforido,
Distante do saber e da cultura.
E fiz este soneto sem libido,
Avesso das palavras de candura.