UM RASTRO DE ALEGRIA
Na clepsidra, um pingo, outro pingo,
Com o tempo a escorrer indiferente.
Importa-lhe o ritmo somente,
Hora, segundo, domingo a domingo.
Que importa estar subtraindo,
A cada pingo, o tempo da gente?
Se lhe peço uma pausa, é inclemente,
E segue em frente, um pingo, outro pingo.
O que nos resta é viver cada dia,
Como fosse o último que nos resta.
Fazer de cada ato uma festa,
Beijar, abraçar sem economia.
Assim, na hora em que partirmos desta,
Vamos deixar um rastro de alegria.