Minh'alma

Minh'alma cansou de amar tanto assim,

Queria a razão para o meu bem viver.

E tu esquivaste, fugindo de mim,

Deixaste-me à toa e a fenecer.

Sonhava-te anjo, ou um querubim,

Beijei tua boca, que nunca beijei.

Tu eras apenas, o início do fim,

A estrada sombria que eu não caminhei.

Minh'alma, já tórrida, te clama frescor,

Pois, já não suporta a desilusão.

Só quer vida amena, serena, primor,

Esvai-se a vida em fremente calor.

Me deixes tristonho, morrendo em vão,

Minh'alma aquarela, é vil, incolor.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 28/12/2021
Código do texto: T7416465
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