O CEGO
Aquele que vive na escuridão,
Foi privado do melhor dos sentidos.
Vai contar com as mãos e com os ouvidos,
Mas nada substitui a visão.
Das coisas lá fora, a menor noção.
Das belas paisagens, jardins floridos,
Verdes pomares, os frutos caídos
Sobre o solo, ao alcance da mão.
Poder olhar nos olhos das pessoas,
Reconhecer se são más, se são boas,
Ter a certeza, porque olhos não mentem.
Além desses, os muitos sentimentos,
Presentes em nós, em todos momentos,
E os outros quatro sentidos não sentem.