Gárgula

Meu efusivo coração hemorrágico

Desconhecendo a tua face horrenda

Tornou-se presa miserável de oferenda

No teu insano ritual antropofágico

Na minha boca, teu sabor era letárgico

Aprisionado em tuas linhas de repulsa

Com teu olhar insidioso de medusa

Petrificou-me neste gárgula trágico

E fui um Gargula, resguardando teu ego  mais de repente no desespero de um cego

Arranquei os dois olhos de pavor

E enxerguei toda a desonra que cobria

Quebrando o copo até a borda que eu bebia

Envenenado em tua cidra de amor

Leandro Krauser
Enviado por Leandro Krauser em 26/12/2021
Código do texto: T7415429
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