Velha árvore
Que a árvore graceja e inda sustenta
A sombra fresca, vívida e viçosa
Numa alfombra fremente impetuosa
Rogada de peleja, de força sedenta.
Cobre os galhos robustos, se acalenta
- Uma labore de figura copiosa -
A velha árvore redime majestosa
Ostentação vivaz: a brisa nevoenta.
Ruflando no quintal: o espaço enfeita
Com picantes doçuras de sabores...
Com a fruta madura, a primavera eleita.
Sombra da tarde, avulta o véu de amores
E o teu perfume impávido deleita...
Toda a beleza natural das belas flores!
Julio Moreira
Contrastes . poesias