À RÉCUA
À RÉCUA
Quem não pede licença, sim desculpa,
E tende a agir conforme as circunstâncias,
Exige que após tantas inconstâncias
À Justiça outra estátua se lh’esculpa!
E o que premeditado se desculpa,
Apenas outra chance às más errâncias
D’um homem bom imerso em vagas ânsias,
Até que admita a si a própria culpa.
D’este modo, o malfeito vale a pena,
Ao passo que a verdade se apequena
Por sob as vistas grossas d’Excelências…
Recua tão-só para dar a volta
E enfim abrir caminho à rédea solta,
Cobrindo d’ouro as suas excrescências…!
Belo Horizonte - 20 12 2021