Soneto do crepúsculo

Nesse magistral entardecer

Em tons de aedos vejo o enlace

O ato nupcial, um beijo antes de morrer

O astro beija a noite todo fim de tarde

Sob este encantamento noturno

Transporto-me extasiada por esta visão

Anuncia o imponente crepúsculo

Morte e vida, figurada na imensidão

Penso eu em contemplação reverente

Uma pausa, equilíbrio, transição

O céu cintilando, renascendo como fênix

Lento e calmo vai-se, despede-se o dia

Levando-me o torpor do viver

Nas portas da noite, suave como poesia