À Espera

Muito havia antes do fim,

Antes de chegar à curva final.

Sangue teu jorrado em mim;

Rubra-flor, vermelho carnal.

Fúlgido fio por demais cortante,

Dilacera a alma, flor de jasmim.

Urro meu morreria diante

Da beleza sagrada de um querubim.

Fino rosto, corado e pujante,

Capaz de me dar tamanha coragem,

Deixaste apenas a lembrança pulsante

Velada em segredo em tua doce imagem.

Guardei a ti, memória errante,

Para que voltes em eterna ancoragem.