Carnaubeira
À margem das estradas, sobranceira,
Vigilante e plácida, a contemplar
Os transeuntes nas noites de luar,
Deleito-me ao ver-te, carnaubeira.
Vivaz e esperançosa a vida inteira,
Tu desejas puder os céus tocar...
Como quem tem vontade de voar,
Tu farfalhas nas palmas, altaneira.
Carnaubeira, toda vez que te vejo,
Imagino ser o teu o meu desejo,
O mesmo sonho grande de subir.
E como tu, que és presa à terra ingrata,
Sofro a mesma ânsia que me maltrata,
Porém, como tu, não vou desistir!
Sobral (CE), 12 de dezembro de 2021