Carnaubeira

À margem das estradas, sobranceira,

Vigilante e plácida, a contemplar

Os transeuntes nas noites de luar,

Deleito-me ao ver-te, carnaubeira.

Vivaz e esperançosa a vida inteira,

Tu desejas puder os céus tocar...

Como quem tem vontade de voar,

Tu farfalhas nas palmas, altaneira.

Carnaubeira, toda vez que te vejo,

Imagino ser o teu o meu desejo,

O mesmo sonho grande de subir.

E como tu, que és presa à terra ingrata,

Sofro a mesma ânsia que me maltrata,

Porém, como tu, não vou desistir!

Sobral (CE), 12 de dezembro de 2021

Carlos Augusto Guimarães
Enviado por Carlos Augusto Guimarães em 12/12/2021
Reeditado em 25/05/2024
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