RINGINDO
A poesia, inspiração, que me consome
Em vazio se faz, na satisfação é silente
Ao ver a minha frustração tão contente
Com tua poética sem o ditoso pronome
Qual um faminto que a muito não come
Pedinte a sorte se entrega inteiramente
Em um semblante pesaroso e serviente
Súplice, carecente pra saciar a tua fome
Tu, soneto, faltoso, que me sitia tanto
Mistura de saudade, solidão, espanto
Suspira na emoção e vive procurando
E é este revés inquieto num tal perfume
De um amor nostálgico, vive com ciúme
Ringindo n’alma como um drama danado
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 dezembro, 2021, 17’27” – Araguari, MG
Vídeo no Canal do YouTube:
https://youtu.be/PP_GJBsIee0