TRILHA LI - MANIFESTO: CONSCIÊNCIA COLETIVA E PRESERVAÇÃO

*O ALERTA*

Quem dera fosse assim, e o mundo visse!

E o gládio da ganância então cessasse,

deixando de existir qualquer impasse

que nasce, certas vezes, por tolice.

O mundo necessita de meiguice...

– nós somos filhos de uma mesma classe –,

se o tempo que passou, enfim, voltasse

e todo mal jamais se repetisse.

Mas somos uma raça destrutiva

movida por ganância pura e viva;

são poucos os que têm no coração

amor e caridade, paz, respeito.

Vamos bradar a todos desse jeito,

o mundo está à beira da extinção.

Douglas Alfonso

*O FÓSSEIS DA GANÂNCIA*

Os fósseis da ganância inconsequente

estão na inconsciência da maldade,

no trivial descaso da verdade

que enluta o globo tão precocemente.

Na miopia infinda e contundente

que tenta disfarçar a veleidade,

na multiplicação da insanidade

em nossos dias muito mais frequente.

Estão nas chamas vis e criminosas,

nos genocídios contra as nossas rosas

ao dispensar as fontes recicláveis.

Rasguemos para sempre as frágeis vendas

para encarar de frente as mil contendas

de poderosos tão irresponsáveis.

Adilson Costa

*DESUMANIDADES*

Algumas parcas moedas, nada mais...

Nem sonhos nem colchão nem moradia.

Além de qualquer canto, não queria

mais que pegar no sono, com seus ais.

O mundo ao seu redor desconhecia

seus medos, seus pecados ou rivais

e enquanto muitos têm seus ideais,

seguiu-se o seu destino à revelia.

Findou-se, assim, mais um naquela esquina.

Mais um... mas, sem nenhuma relevância,

no mundo a indiferença continua.

Tem velho, tem menino e tem menina;

são vítimas sem sonho e sem ganância,

são coisas tão normais em toda rua!

Edy Soares

*CEGUEIRA*

Nem sempre olhar o mundo à nossa volta,

indica que enxergamos tal entorno.

Humanos, por ganância ou por suborno,

procedem de maneira que revolta…

Será que precisamos de uma escolta,

contendo à espécie humana do transtorno

de corromper a terra, sem retorno?

Armando o próprio embuste, quem nos solta?

Há falta de bom senso e pouco tato…

Teremos um talento, quase nato,

que nos impele à vil destruição?

Senhor, que venha a cura da cegueira,

que impede de enxergar que a vida inteira

cavamos nossa estúpida extinção!

Elvira Drummond

*JUIZ VENAL*

Com a mentalidade na cobiça,

O ser humano, escravo do desejo,

Atua com enérgica injustiça

Em prol de inaugurar mais um festejo...

Cultua a "Natureza da Carniça",

Em ritual de fúnebre cortejo,

Lançando sobre a Terra a luz mortiça

E o triste acorde em sonoroso arpejo!

Recrutas motivados pelo Vício

São os Senhores Reis do Sacrifício,

Num reino vil de mortos animais...

E assim, recriam a Era do Suplício,

Seguindo em romaria ao precipício,

Sofrendo as penitências eternais!

Ricardo Camacho

*HUMANOS DESUMANOS*

Um desumano ser provoca a chaga

na imponderada busca por riquezas,

tirando o pão das bocas indefesas,

ferindo como o fio de uma adaga!

Em seu agir espalha-se uma praga

que, na miséria, faz as almas presas.

Da Terra sangra todas as belezas,

escuridão e morte, então, propaga!

O desumano ser, voraz, faminto,

devasta a sua casa, o seu recinto,

seu semelhante, seu igual e irmão!

O desumano ser, insano e louco,

não vê que leva, sempre, pouco a pouco,

a própria raça à beira da extinção!

Geisa Alves

*QUEM DERA!*

Quem dera a humanidade despertasse,

E desse à própria vida mais valor,

E com respeito, zelo e bom humor,

À natureza, o seu amor, doasse!

Quem dera, toda a fúria e desamor...

Do peito combalido, descartasse,

E a terra em paraíso transformasse,

Por cada ação, num gesto doador!

Quem dera, a luz divina a nos tocar;

À flora, fauna, terra, rios e ar,

legasse o amor, o qual é de direito!

E o nosso meio, imerso na amplidão

Da paz, enfim, à nova geração,

Seja, por Deus, o plano mais perfeito!

Aila Brito

*COBIÇOSO*

“Ninguém imaginou que o moribundo

Guardasse sangue desta vil maneira.”

A fala atesta a gana deste mundo,

Também, definha aos poucos, a “estribeira”

Do lorde, o qual escuta, do submundo,

A Profecia vática e primeira.

E sua “lady” torna o ardil fecundo

Fazendo, do assassínio, uma bandeira.

Ai, macbeth, que manchou o diadema

Com egotismo, sangue e usurpação;

Movendo com ganância o coração.

Cegou-se de ambição, traiu o lema.

Sentando, então, no trono da demência,

Restando à dignidade, a decadência.

Eufrasio Filho

*FALTA DE RESPEITO*

Às vezes questiono ao Deus bondoso:

- Por que puseste em nós inteligência?

- Por que discernimento e consciência,

se usamos teu projeto em tom maldoso?

Eu vejo que fazemos do assombroso,

a perda da noção de ter ciência

que tudo aqui na Terra é preferência

de sermos algo menos tenebroso.

Os homens que padecem do despeito,

tomados por total futilidade,

destroem nosso chão de qualquer jeito,

revelam o pavor da humanidade,

faltando até consigo algum respeito,

agindo na maior perversidade.

Plácido Amaral

*ULTIMATO*

A humanidade está, a passos largos,

Trilhando a rota louca da ganância,

Montada sobre os louros da ignorância

Que o capital fundou sem ter embargos.

A educação não trata dos amargos

Enganos cometidos, desde a infância,

Incentivando a torpe extravagância

Em detrimento dos vitais encargos.

Crianças deveriam conhecer

O seu lugar na Terra antes de ter

Discernimento acerca do abecê;

Da ética, a qual define o cidadão.

Assuma seu lugar porque a extinção

Humana, está na porta e, inclui você.

José Rodrigues Filho

*NOSSA CASA COMUM*

Um grito sofrido no mundo ressoa,

A Terra reclama de quem lhe saqueia.

O clima já muda, nossa água escasseia,

Espécies se extinguem e o fim se apregoa.

Os homens voltados à própria coroa,

Fechados em si, com ganância na veia,

Não querem saber se o ambiente se enfeia.

Sucumbe o planeta e ninguém se atordoa.

As nossas florestas não são descartáveis,

Tesouros de Deus ofertados ao homem,

Nós todos devemos ser mais responsáveis.

Planeta de todos: a casa comum,

As suas riquezas aos poucos consomem.

Que seja um por todos e todos por um!

Luciano Dídimo

*CARTA ABERTA*

Peço a atenção de todo ser humano

Para valorizar o que lhe resta;

Alguns devastam tudo, em ato insano,

Movidos por dinheiro – ação funesta...

- Explique agora, que ganância é esta?

Relata, enfim, o seu nefasto plano

Por que destrói a vívida floresta?

Por que polui as praias e o oceano?

É necessário sempre estar alerta...

Não seja aquele tolo que se ilude,

Alheio ao que hoje está acontecendo.

Eu faço destes versos carta aberta:

Mudemos bruscamente de atitude,

Pois o Planeta Terra está morrendo.

Gilliard Santos