MEU CEMITÉRIO
autor:j.r.filho.
Brincava, sem temor, em meio às cruzes,
Carneiras, mausoléus ou catacumbas,
Fazendo de caixões minhas zabumbas,
Com velas refletindo tênues luzes.
Sem medo, desdenhei mortais capuzes,
Jamais senti pavor daquelas tumbas
Ou de encontrar zumbis, cruéis catumbas,
Ao tropeçar em falsas alcaçuzes.
As incontáveis noites, entre as almas,
Fizeram-me escutar o som das palmas
Por partilhar com elas meu viver.
O que me fez pensar para epitáfio:
“Aqui, descansa um Bardo não empáfio
Que, dentre os mortos, canta o renascer”.
Amélia Rodrigues-Ba. 01/11/2021.
Soneto composto para a Trilha Lúgubre/Epitáfio.
Trabalho para o Fórum do Soneto.