Jano

(Ao Forte São José, no Principado da Pontinha)

Empoleirado no observatório

a confrontar silente o Velho Mundo,

testemunha de um tempo moribundo,

mas promissor igual a um oratório -

ergue-se o forte rústico e simplório,

portas do Tenebroso Mar rotundo.

Dali se abre o caminho atro e profundo

para a riqueza ou o soçobrar inglório.

Para ali cavaleiros, navegantes

afluem sem parar, esfusiantes,

suspirando por honra ou ambições.

Fitam além da bruma do oceano.

E o forte vê, igual a um novo Jano,

morte e nascer de civilizações.

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FILIPE CAVALCANTE
Enviado por FILIPE CAVALCANTE em 07/12/2021
Reeditado em 07/12/2021
Código do texto: T7402017
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