Imerecido

De todos entre atrozes certamente é o mais vil

Embrulha teus sonhos em vergonha e pecado

Vacilantes passos ainda moço mas tão senil

Não sabes amar e nem tampouco ser amado

Cicatrizes e remorsos tatuam teu peito juvenil

Putrefatas agonias hibernadas de um passado

Turvam de escarlate o céu que nunca foi anil

Hefesto e Thor, réu e juiz, acusador e acusado

No reflexo de teu olhar a ira da tua inclemência

A dor causada é estandarte dentro de tua mente

A que sentes é só letargia, ópio e imprudência

Assiste prostrado, alienado em tua incoerência

Tragédias se sucedem enquanto estás dormente

E se afogam no leito de tua sutil complacência