TRIBUTO À VELHICE
É certo amar cada ruga senil,
Cada osso que teima em se mostrar.
O modo claudicante do andar,
E a visão turva de quem tudo viu.
A corcunda que se mostra servil,
Quando ainda pensa em ajudar.
Sua surdez também é certo amar,
Por cada não que nesta vida ouviu.
Imitou a árvore com seus galhos.
Sob aqueles braços, o agasalho,
O abrigo, o alimento, o descanso.
“Ser feliz é ter paz e ter trabalho”.
Sábias palavras no seu jeito manso,
Cujo valor apenas hoje alcanço.