DESABAFO DE UM POETA

Não me venham colocar nome de praça,

Não me venham colocar nome de rua,

Pois somente quando morre é que tem graça?

Que reconhecem o poeta em terra sua?...

A indiferença vivida ela é tão crua,

Esse desprezo ignóbil que não passa;

Mas quando morre de pressa se atenua,

Lhe outorgam uma homenagem em uma praça.

Infelizmente assim tratam o poeta,

Quem tanto amou e decantou — como meta —

O seu torrão que tanta beleza encerra.

Por que só depois de morto é que é lembrado,

Que o poeta se torna valorizado,

Que procuram reconhecê-lo em sua terra?...