A dor de Augusto dos Anjos
Lido o filósofo e poeta pagão
Schubert da técnica a inspiração
O sevo horror maligno devorava
Na narina mais sangue espirava.
Assessorando Hades o vil lúgubre
No solo do ermo cemitério fúnebre
Perece o último átimo do poeta
Nos vocábulos do infiel lisboeta.
Herético na sintonia de um gênio
Das aparições nefastas da morte
No espelho da alma sem nenhuma sorte.
Despedaçou as palavras pra se vingar
Da cidade hipócrita a se esfacelar
No reino dos ossos do heterogêneo.