Emigrante
E lá se vai o pobre emigrante,
Perdido nas veredas do destino:
Um jegue, um cachorro, um menino...
Uma mulher um pouco mais adiante.
Um lago de suor, o sol a pino...
Um pranto a consolar o pensamento;
Um soluço que foge com o vento,
Pra bem longe do solo nordestino.
E lá se vai, levando a esperança
De encontrar, por onde a vista alcança,
Onde possa encostar a sua fé.
E quando a vista, enfim, se emaranha,
Enxerga, à distância, uma montanha,
E roga que ela vá a Maomé.