CAPINEIRO
Recluso na cancela da morada, vou
Me tornando domador de emoções.
Excluso do que me leva ao nada,sou
Na vida violeiro e vaqueiro de ilusões.
Andarilho, contemplador do que há
Na estrada. E carpinteiro das ações.
Jardineiro de sonhos e do que está
Intrínseco em mim. E nas decisões.
Romeiro de sentimentos, peregrino.
Escravo das escolhas, e ainda menino...
Prisioneiro das minhas alucinações.
Capineiro de mim mesmo. O destino
Quis, e assim me tornei nordestino.
Sou morte, vida, Severina. E Sertões.
Marcos Aurélio Mendes