O saltério
A dor a infernizar a feral chaga
Esfacela-se calado em um momento
No amor só pesares e sofrimento
Cicutas que a pantera serve, a maga.
Um furacão se liquefaz na amarga
Bebes no sangue do teu tormento
No coração trevas do fingimento
Na escura face que a amada esmaga.
Loucura de Clitemnestras espectrais
Confusas na peçonha dos imortais
Falta ainda matar este vil mistério.
Na furtiva lágrima dos ancestrais
Fenecer aziago no cemitério
No deserto da alma e seu vil saltério.