CIDADÃO-SELVAGEM

Em acesso de fábula deletéria,

O alcunhado cidadão-selvagem

Mercantiliza-se à bestializagem

Da soma de delírios e misérias.

Em torpe e anômala medicina,

Nutre-se a criatura ruminante

De cérebros necrotilizantes,

De abortos e de carnificinas.

Com o baboso focinho suíno

Enfiado à lama, vorazmente,

Fareja carnívora sapiência.

Porém o quadrúpede ferino

Baforeja, só e violentamente,

O frio cadáver da anti-ciência.