Aqui jaz um menor abandonado
Viveu a tropeçar no seu destino,
desde o dente de leite à canície,
trazendo a profundeza à superfície,
nas costas corcovadas de menino.
Levou o seu andor no sol a pino.
Sentiu a dor do mundo, dia a dia.
Carpiu sua desgraça em poesia
e deu de graça às graças do divino.
Morreu e aqui deixou o seu legado:
um sonho de menor abadonado
que a vida transformou em pesadelo.
Deixou, como epitáfio, um só recado:
"este pobre menor abandonado
teve enorme prazer em conhecê-lo.