Quando eu morrer...

Quando eu morrer, amor, está aqui,

deixa sentir teu rosto no meu rosto.

Ouçamos juntos, mesmo o sol deposto,

o derradeiro e triste colibri...

Quando eu morrer, amor, então, sorri,

iluminando o breu que me é imposto

e deita o teu olhar no meu, com gosto,

enquanto o meu suspiro entrego a ti!

E mesmo em hora escura, lutuosa,

tu saberás que foste a bela rosa,

senhora deste amor pujante e forte!

Assim, atestarás na fria pedra:

“Descansa aqui o amor que sempre medra,

e enflora dentre a dor, na vida e morte!”

Meu querido amigo Chico Legal:

Morrer?...

Nem pensar!

Quando você morrer

Isso nem quero imaginar

A poesia muito vai sofrer

Mas guardará o seu lugar

Meu amigo Jacó Filho:

Poeta não pode morrer,

Já ganhaste luz eterna,

Pelo dom de escrever,

E os olhos de lanternas...

Caríssimo amigo Solano Brum:

Morrer? Lhe digo não!

Ficarei ao desabrigo!

Prefiro morrer contigo,

A enfrentar a solidão!

Do amigo Humberto Cláudio:

Porque morrer tão cedo,

Se a vida ainda medra?

Não fales, que eu tenho medo...

Não quero te ver na pedra!

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 10/11/2021
Reeditado em 12/11/2021
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