Quando eu morrer...
Quando eu morrer, amor, está aqui,
deixa sentir teu rosto no meu rosto.
Ouçamos juntos, mesmo o sol deposto,
o derradeiro e triste colibri...
Quando eu morrer, amor, então, sorri,
iluminando o breu que me é imposto
e deita o teu olhar no meu, com gosto,
enquanto o meu suspiro entrego a ti!
E mesmo em hora escura, lutuosa,
tu saberás que foste a bela rosa,
senhora deste amor pujante e forte!
Assim, atestarás na fria pedra:
“Descansa aqui o amor que sempre medra,
e enflora dentre a dor, na vida e morte!”
Meu querido amigo Chico Legal:
Morrer?...
Nem pensar!
Quando você morrer
Isso nem quero imaginar
A poesia muito vai sofrer
Mas guardará o seu lugar
Meu amigo Jacó Filho:
Poeta não pode morrer,
Já ganhaste luz eterna,
Pelo dom de escrever,
E os olhos de lanternas...
Caríssimo amigo Solano Brum:
Morrer? Lhe digo não!
Ficarei ao desabrigo!
Prefiro morrer contigo,
A enfrentar a solidão!
Do amigo Humberto Cláudio:
Porque morrer tão cedo,
Se a vida ainda medra?
Não fales, que eu tenho medo...
Não quero te ver na pedra!