Minha escuridão
Sorvi meus feles lôbregos em dor...
Fui maculadamente emudecido;
Sinto-me vil ao pranto apodrecido
Que eu tenha um peito gélido ao langor...
Eis-me entre as nódoas do ar asco em fedor,
Venho de um lodo sempre escurecido;
Perco um riso ao semblante; pois perdido,
Eu vivo sem sorriso e sem dulçor.
Pudeste ver-me ainda vermicular,
Tive um ser putrefeito ao lacrimar
Com a escarlate avermelhada à vianda.
De tudo, morrerei em caixão níveo
De um chão cemiterial; pois convivi-o,
Ceva-me, geralmente à artéria branda.
Lucas Munhoz
(08/11/2021)