A DOR DO ADEUS
Antes não tivesse me envolvido tanto...
Mas juro, fui sincero, verdadeiro...
Se tudo acabou em fumaça, em desespero
Assumo a culpa. Errei o passo derradeiro...
Antes não tivesse amado tanto...
E não gastado todo o meu latim me declarando...
Se tudo acabara em nada... apenas dor... funesto canto...
Eu já sabia. Mas, continuei me enganando...
Se evitado o riso, o doce beijo, o etério encanto
Talvez doesse menos essa ansiedade louca
Ou fosse mais ameno esse desalento
O gosto amargo do adeus sentido à boca
A dor da angústia do solfejo ígneo
Entregue à ardência de um ser esquálido...
Ederval Magalhães – 08/11/2021