PENSAMENTO MONO

Figura-lhe ao sentar-se sobre a cama

Qual fútil contemplação de cabeceira?

À suposição profana e pasmaceira,

Ancora-lhe que agonia desta redoma?

Envolve a ganga a este corpo-paupérie

Como a convocar silenciosa alomba

Cujo fito, o de amalgamá-lo à sombra,

Revela-se frente à áspera intempérie

O encanto da morte é uma moléstia,

Vindo montado em discurso béstia

Despistar a quem está ao abandono.

Prostrado frente à solidão do quarto,

Não lhe cessa o sentimento harto

Tampouco o fio do pensamento mono.