Doce infância
Eu ainda me lembro da velha parreira
No fundo de casa, lá no quintal
Meu mundo fechado, não havia mal
Só precisava inventar brincadeira
A noite tão clara e excepcional
Pirilampos em brasa era a fogueira
Meu alimento era o fruto da videira
E o único amor era o fraternal
Trancado em casa sem poder brincar
Tudo era escuro e muito sem graça
Não havia estrelas e nem o luar
Fitava meus olhos pela vidraça
Contava os segundos pro sol raiar
Dormia na paz sem fazer pirraça