A NATUREZA JOGA COM CARTAS MARCADAS
Vales, fendas, planuras, tanto a explorar,
As mãos tremem em face ao suave contato.
Em terra virgem que preza o anonimato,
Há um prazer maior pra quem ali andar.
Mãos sobem e descem num doce escorregar,
Naquela penugem que enlouquece o tato.
Sem controle, à beira de um ato insensato,
Fecho os olhos, deixo o desejo me levar.
Uma ave nunca se perde no caminho,
Levanta voo e entra naquele ninho,
Onde terá a sua sede saciada.
Neste jogo a natureza é escolada,
Sabe o que faz, e nos engana direitinho,
E nós, os bobos, não podemos fazer nada.