Fresta de realidade
Águida Hettwer
O tempo transcorre, em outras eras celestiais,
Uma fresta de realidade
Sonhos velados em suaves madrigais,
Somam reticências de saudade.
Embriagando o ar, aromas de incensos,
Desfolham cicatrizes de ausência,
Num rio transbordante de palavras e sentimentos
Baluarte de nossa existência.
Sussurros nas madrugadas no dobrado bemol,
Consagrando na fonte de amor silente,
Almas entrelaçadas vagando no arrebol.
Badalam os sinos do tempo que tudo consente,
Deixando amostra raízes de saudade vigente,
Rascunhos amarelados que não se perdem.
14.11.2007