BENDITO SONO QUE ALIMENTA TUA MEIGUICE
Alguém dormindo [...]
Alguém cuja fadiga angustiosa
Cedeu ao sono [...] e exausto dorme...
Tinhas tu coragem de acordá-lo?
[Guimarães Passos]
Bendito sono que alimenta tua meiguice
Gentil marido adormecido em cada traço,
Velar-te desse jeito é quase uma sandice
E nos suspiros desse amor eu me desfaço.
Tamanha formosura, não! Ninguém me disse...
Amado amante descansando nos meus braços!
Não querer-te e não amar-te é loucura, é tolice,
É assinar meu atestado frouxo de fracasso.
E assim me cubro com teus desejos e encantos,
Seguindo na cadência plena desse rito...
Os meus olhos se desmancham em doces prantos
E não há momento mais sublime e mais bonito!
Ó, querido, os meus amores por ti são tantos,
Que superam, sim, as medidas do infinito!