SINAL
Já singrei os mares, percorri lugares
Onde só o estro pode adentrar
Sob a luz da lua, fiz todas as ruas
Mas - que infortúnino! - não estavas lá
Ante a tortura atroz de não ouvir tua voz
Volteei o mundo, o espaço sideral
Supliquei às estrelas que me fizessem vê-la
Que, algures, dessem-me de ti um sinal
Não é sua ausência que me angustia tanto
Não a nostalgia que faz rolar meu pranto
Mas o seu silêncio é que me deixa louco
É esse anonimato inabitual
Sua indiferença que me faz tão mal
Que vai, sutilmente, me mantando aos poucos.