Post Mortem
De que abismo saiu esse anjo infernal
Que vai comigo rumo ao futuro?...
De que esfera penosa vem, imortal,
Essas garras que ferem quando escuro?
Por que me atormentais, oh ser do mal?...
A minha liberdade em vão procuro
Em uma grande angústia sem final...
Há razão nesse fado ruim, oh obscuro?!
O que vai além da vida já está morto,
Isso afirmo ante o imenso desconhecido!...
E caio em mim profundamente absorto.
Então, a fera do além-túmulo ri...
As gargalhadas tinem no meu ouvido,
E brada o espectro sombrio: "Eu não morri!".