A moça casta

Nunca beijara; era donzela pura

Virgem de amor, isenta de pecado.

Seu lábio rubro, o seio imaculado

Era tão belo, de formosa alvura.

 

Se lhe perguntavam porventura,

De algum amor, paixão ou namorado

Logo escondia o rostinho corado

Que lhe aumentava mais a formosura.

 

Porém, bem jovem, no esplendor da vida

A moça – flor mimosa e cobiçada

Deste jardim terreno foi colhida;

 

Tão linda e bela, e que funesta sorte!

Em vida aquela que não foi beijada

Nos lábios tinha o beijo frio da morte!

 

 

 

Allves
Enviado por Allves em 11/10/2021
Reeditado em 19/06/2022
Código do texto: T7361418
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