A moça casta
Nunca beijara; era donzela pura
Virgem de amor, isenta de pecado.
Seu lábio rubro, o seio imaculado
Era tão belo, de formosa alvura.
Se lhe perguntavam porventura,
De algum amor, paixão ou namorado
Logo escondia o rostinho corado
Que lhe aumentava mais a formosura.
Porém, bem jovem, no esplendor da vida
A moça – flor mimosa e cobiçada
Deste jardim terreno foi colhida;
Tão linda e bela, e que funesta sorte!
Em vida aquela que não foi beijada
Nos lábios tinha o beijo frio da morte!