FIM DA PRIMAVERA

Foi num alvor assim. Sussurrava o vento

E o meu coração apático sentia a aragem

No céu carmesim, do raiar em nascimento

O sol lumiava a manhã, tão bela imagem

Desfolhava o odor do jardim, doce alento

A derradeira rosa, aparatava a paisagem

Na aurora do cerrado, lustroso momento

E o meu pensamento em ilusória tiragem

E eu, sonhando, ali sonhava pela metade

Duma saudade sentida, o sentir saudade

E tendo junto de mim o amor em espera

E as flores derradeiras, no espaço solto

Num murmurar, tu disseste: vou e volto

E não voltaste! Foste com a primavera!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

09/10/2021, 06’01” – Araguari, MG

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/a5C5fSpej1Q

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 09/10/2021
Código do texto: T7359628
Classificação de conteúdo: seguro