Soneto da minha solidariedade
Eu queria, num soneto indignado,
Ser bem forte em favor da ecologia
E gritar pelo amor na pandemia;
Fazer minha a fala do irmão frustrado,
Do que tem o salário aviltado,
Do infeliz, já sem qualquer garantia
De vida, enfim, co’a mais frugal alegria,
Que é o pão do trabalho conquistado:
Alimento que faz o corpo andar,
Esperança que faz enaltecer
O sol todo o dia a iluminar,
Mais a uns que a outros – é só olhar –.
Assim revolta mesmo o alvorecer,
Quando a luz só é luz de sombrear...