Mara
Oh, Mara! Como pode um nome, assim,
Lembrar o amargo e ser doçura apenas!
No encontro inicial, manhãs amenas,
Abraços... beijos... e um sonhar sem fim...
O mel de amar é sempre incerto. E, enfim,
O vento sopra, intenso, agudas penas.
E chegam noites de tristezas plenas,
Dizendo um Não ao quase ingênuo Sim.
Ninguém diria, ao ver tamanho encanto,
Que fosse haver espaço para o pranto,
Em nosso idílio cheio de ternura.
Jamais pensasse lancinante fosse
Mostrar-se, um bem essencialmente doce,
Tornando a vida abismo de amargura.
Versão
Oh, Mara! Como pode um nome assim
Lembrar o amargo, e ser doçura apenas?
Teu riso e a seda em tuas mãos pequenas,
A boca rubra e os olhos mel sem fim.
A dor de amar é quase certa, enfim,
Faz tempestade em tardes tão serenas.
No amaro tom de tão agudas penas,
A vida é quem decide um não ou sim!
Que triste... E tanto para ser bonito
O nosso enleio, ensaios de ternura.
Mas já trazias tudo em nome escrito.
Jamais, alguém diria, em tal dulçor
Houvesse espaço para essa amargura
De ser marcada a vida em tanta dor.